Como o tabaco afeta os dentes. O que pode fazer antes que seja demasiado tarde
Há bocas que contam histórias que as pessoas não têm coragem de dizer em voz alta, deixando em evidência como o tabaco afeta os dentes.
São histórias de hábitos que começaram por impulso, de cigarros que encaixaram tão bem na rotina que se tornaram invisíveis, de tentativas de parar que se perderam entre dias difíceis. Mas a verdade é que o tabaco nunca passou despercebido, apenas foi silencioso.
Na boca, deixa marcas profundas. Umas veem-se no espelho; outras só o dentista consegue ler.
E é quase sempre assim que percebemos que algo mudou: um dente que escureceu rápido demais, aquela sensibilidade nova, a gengiva que “desceu”, o mau hálito que não desaparece, a impressão de que os dentes já não são tão firmes como antes.
É nesse momento que surge a pergunta que muitos pacientes fazem na primeira consulta n’A Clínica:
“Ainda vou a tempo?”
Como palavra de conforto e de coragem e incentivo podemos dizer: sim, ainda vai a tempo, mas não vale a pena esperar mais porque, feitas as contas, quanto mais tempo passar mais fica a perder, e não se trata só de uma questão monetária, como vai perceber com este artigo.
Conteúdos abordados:
Quando o tabaco entra na boca, esta inicia uma luta pela sobrevivência
As consequências do tabaco na saúde oral
Fuma-se por hábito, por stress, por socialização. Mas a boca não fuma, ela suporta: a nicotina, o alcatrão, o calor, a alteração completa do ambiente bacteriano.
Neste ciclo vicioso a boca responde como pode.
Quando estamos peranto um fumador há uma série de consequências que a experiência clínica já comprovou ao longo dos anos. Entre elas destacamos:
- Os dentes ficam mais escuros, às vezes quase de um dia para o outro, e surgem as manchas nos dentes causadas pelo tabaco
- O hálito altera-se porque as bactérias mudam
- As gengivas retraem como quem recua para se proteger e aparecem as doenças periodontais
- O osso que segura os dentes perde força
- As pequenas infeções tornam-se problemas sérios
- As feridas deixam de cicatrizar como deviam
- O cancro oral
Estas são algumas das consequências do tabaco na saúde oral, documentadas por décadas de estudos internacionais e amplamente difundidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). Mas há mais que pode ver neste vídeo da OMD.
Estudos mais recentes da OMS alertam “que o mundo está a fumar menos. (…) Segundo o relatório, o número de pessoas que usam tabaco caiu de 1,38 bilhões em 2000 para 1,2 bilhões em 2024, uma redução relativa de 27% desde 2010. Ainda assim, um em cada cinco adultos continua dependente do produto, perpetuando uma das principais causas de morte evitável do planeta“.
Mas por detrás deste cenário, há uma realidade mais dura:
👉 ninguém merece deixar de sorrir por vergonha!
👉 ninguém devia perder dentes por pensar que “já é tarde demais”!
👉 ninguém devia viver com medo de abrir a boca!
E é aqui que começa a parte boa desta história.
Mesmo depois de fumar, e de ver como o tabaco afeta os dentes, o sorriso pode renascer
Há quem pense que fumar deixou danos irreversíveis. Mas a medicina dentária evoluiu mais depressa do que o tabaco conseguiu destruir e hoje a tecnologia de ponta, como a que usamos n’A Clínica, e os avanços na medicina dentária permitem contradizer esta ideia.
Hoje, um paciente com histórico de tabagismo pode:
- Recuperar a cor com branqueamento dentário para fumadores
Não é magia, é ciência. As manchas nos dentes causadas pelo tabaco podem ser removidas ou significativamente reduzidas com tratamentos profissionais que chegam onde a escova nunca conseguirá chegar. O sorriso volta a ganhar luminosidade, e isso muda tudo: a confiança, a autoestima, até a motivação para cuidar mais de si. - Reconstruir forma, harmonia e estética
Quando o esmalte já está danificado, quando a cor não responde totalmente, ou quando o tempo deixou marcas mais severas, a reabilitação estética dentária permite recriar tudo o que o tabaco levou: cor, forma, alinhamento, brilho, naturalidade, nomeadamente com
facetas dentárias, cerâmicas, restaurações estéticas. Alguns dos tratamentos modernos, personalizados, invisíveis. - Reabilitar a boca por completo (mesmo após perda óssea ou dentária)
Aqui entramos no território mais especial d’A Clínica Dr. Pedro Mota:
tecnologia digital, planeamento guiado, equipas multidisciplinares e experiência com casos complexos. Há pacientes que chegam a acreditar que já não têm estrutura para voltar a sorrir.
Mas a verdade é que hoje conseguimos devolver dentes fixos, função, estabilidade e estética, mesmo quando já houve perda óssea, retração severa ou anos de tabaco. Chegamos ao ponto que até é possível realizar implantes dentários em fumadores como vimos aqui.
⚠️Uma pequena ressalva: o tabaco reduz o sucesso dos implantes dentários
Neste momento há algo que é importante compreender com clareza: o tabaco não impede que alguém tenha implantes dentários, mas torna o caminho mais difícil. E perceber o porquê interessa tanto a fumadores como a quem nunca fumou.
O tabaco reduz o fluxo sanguíneo das gengivas e do osso, e é esse sangue que leva oxigénio e nutrientes essenciais para que o implante “agarre” ao osso. Sem essa circulação plena, a cicatrização abrandada torna o processo mais lento e menos previsível.
Além disso, a boca de quem fuma tende a ter mais inflamação e maior carga bacteriana, o que aumenta o risco de infeções ao redor do implante, uma condição que pode comprometer a sua estabilidade.
Com o tempo, o tabaco também acelera a perda óssea, diminuindo a qualidade e a quantidade de osso disponível para segurar o implante como deve ser.
E quando as gengivas retraem devido à irritação constante do fumo, a zona fica mais exposta e vulnerável.
É por isso que os implantes em pacientes fumadores exigem planeamento digital mais rigoroso, técnicas cirúrgicas mais precisas e acompanhamento mais próximo, como fazemos n’A Clínica Dr. Pedro Mota.
Cuidar da boca é um investimento e, talvez, seja o primeiro que deve fazer por si
Muitas vezes, os pacientes dizem:
- “Quero voltar a sentir orgulho no meu sorriso.”
- “Quero poder tirar fotografias outra vez.”
- “Quero comer sem medo.”
- “Quero libertar-me deste peso.”
É precisamente isto que um tratamento dentário pode devolver.
Na verdade, quando nós queremos muito uma coisa, o universo devolve, neste caso através do tratamento dentário adequado que vai surgir do estudo minucioso do histórico, condições e necessidades do paciente.
Cuidar dos dentes não é vaidade: é saúde, é funcionalidade, é identidade, é dignidade.
O tabaco marcou o seu sorriso? Se a resposta é sim, saiba que essas marcas não são definitivas.
O primeiro passo é simples: uma consulta de avaliação, uma conversa, um plano.
O resto vem com tempo, ciência e cuidado.
Porque o sorriso é a uma das coisas que o tabaco não devia ter manchado.
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